Portuguesa integra consórcio premiado com bolsa da European Research Council

Há uma portuguesa no consórcio de três cientistas europeus que acaba de receber a uma bolsa milionária do European Research Council.

Cláudia Aguiar Rodrigues - Antena 1 /
Foto: i3s - Universidade do Porto

Elsa Logarinho, do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto - integra um concórcio juntamente com dois cientistas do Instituto Marie Curie, em França.

O objetivo é desenvolver uma investigação sobre o envelhecimento e o bolo é gigante: dez milhões de euros. 

A notícia, que acaba de ser conhecida, só podia entusiasmar Elsa Logarinho, investigadora do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto - que terá direito a uma terça parte da verba.

Este consórcio científico que vai estudar o envelhecimento humano junta Elsa Logarinho a mais dois cientistas do Instituto Marie Curie, em França, Daniele Fachinetti e Nicolas Manel. 
Contudo, os principais protagonistas desta investigação são outros e tem um nome nada comum: centrómeros. "Ninguém conhece este termo", diz Elsa Logarinho. 

"Nós temos no nosso genoma regiões especializadas que são conhecidas por centrómeros. É um ADN que se caracteriza por ser altamente repetitivo", explica, acrescentando que só há pouco tempo foi sequenciado.

A dificuldade, explica a cientista do i3S, era, precisamente, o carácter repetitivo destas "regiões". Acontece que surgiram, entretanto, "metodologias de sequenciação avançadas" e já é possível fazer esse mapeamento. 

"A nossa equipa vai caracterizar, finalmente, estas sequências, mas no contexto de envelhecimento, ou seja, o quanto estas sequências vão sendo alteradas com o avanço da idade"

"Verificámos que estas regiões são muito alteradas, são muito instáveis à medida que a idade avança" e as células imunitárias são das que mais parecem estar a exibir alterações a nível dos centrómeros: "O sistema imunitário é determinante para a velocidade do nosso envelhecimento."

Há, portanto, uma pergunta que se impõe: Quando esse mapa ficar completo, será possível travar o envelhecimento? A resposta da cientista portuguesa é animadora: "Esse é um dos objetivos."
Tópicos
PUB